Formação técnica e profissional e a mercantilização do ensino brasileiro sob o capital

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DOI:

10.37618/PARADIGMA.1011-2251.2023.p370-394.id1509

Palabras clave:

Currículo do Ensino Médio; Formação técnica e profissional; Parcerias Público-Privadas; Neoliberalismo.

Resumen

Políticas educacionais ajustaram-se no Brasil, na última década, para viabilizar a ação do capital na Educação Básica, em especial no Ensino Médio, bem como o ensino técnico e profissionalizante em prol das necessidades voltadas à sua reprodução. Esta pesquisa objetiva analisar as diretrizes da Lei n° 13.415/2017 e de normativas que a sucederam, desvelando os interesses dos conglomerados privados na educação pública e no itinerário da formação técnica e profissional. Pautada no referencial do materialismo histórico e em uma abordagem qualitativa, analisa o alinhamento dessa formação e da educação pública com as demandas de setores empresariais. Ampara-se em pesquisa documental e bibliográfica para discutir o “novo” Ensino Médio brasileiro, estabelecendo suas articulações com o capital. A reforma viabiliza, por intermédio de estratégias variadas, a intensificação da captação de recursos públicos pelas empresas, que invadem o ambiente escolar de distintas formas, processo esse em implantação em diferentes estados. Esse movimento se adensa perante a flexibilização curricular e o incremento da possibilidade de parcerias com instituições privadas, especialmente na formação profissional e técnica, mercantilizando e precarizando a educação pública, o que exige explicar seus fundamentos.

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Publicado

04-11-2023

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Cómo citar

Camargo, J. V. C. de ., Favaro, N. de A. L. G. ., & Semzezem, P. . (2023). Formação técnica e profissional e a mercantilização do ensino brasileiro sob o capital. PARADIGMA, 44(5), 370–394. https://doi.org/10.37618/PARADIGMA.1011-2251.2023.p370-394.id1509